A pergunta no título deste texto tem origem nas fotografias antigas da cidade de São Paulo, especialmente as da primeira metade do século XX. O que mais se vê são ruas, avenidas e descampados, ao redor dos quais havia poucas casas, sem árvores… A despeito da nostalgia que os graciosos e antigos edifícios possam despertar, essas imagens transmitem uma desconfortável sensação de aridez…
Esquina das ruas Barão de Itapetininga e Conselheiro Crispiniano. Sem data. (Fonte: AMO SP, fotos antigas da história de São Paulo.)
O problema da falta de verde urbano na cidade – e das suas consequências para a população – vem de longe. O Parque Ibirapuera e outros parques são somente pequenas ilhas verdes, que sobrevivem com certa dificuldade numa trama urbana via de regra árida e inamistosa.
Isso é resultado de um modelo de desenvolvimento econômico que não inclui o verde e, por isso, não se transforma nunca em verdadeiro desenvolvimento e bem estar social.
Parte da sociedade civil se deu e se dá conta disso e os movimentos para a preservação e incremento do verde, para reivindicar a manutenção adequada dos parques e a criação de novos, multiplicam-se. É um recado que a administração pública, ainda ancorada num modelo de desenvolvimento obsoleto e pouco sensível às questões sociais, finge não ouvir.
Não há futuro – um bom futuro – sem árvores na cidade. Para ninguém, ricos ou pobres. A sociedade civil acordou e está pronta para atuar na preservação e no incremento dos parque urbanos. Por que a prefeitura de São Paulo não lhe dá ouvidos?
Largo da Cadeia, atual Praça Dr. João Mendes, em 1862. Autor: Militão Augusto de Azevedo.
Rua José Paulino (Bom Retiro), em 1901.
Largo do Cambuci, 1950.
Rua do Gasômetro, 1950.
Praça da Bandeira, vale do Anhangabaú, no encontro das ruas Riachuelo e São Francisco. Setembro de 1963. Autor: Earl Clark.
Todas as fotografias foram extraídas do grupo “AMO SP, fotos antigas da história de São Paulo” (https://www.facebook.com/groups/903317869787305/).
