MAM apresenta mostra Paisagem Opaca com obras que se relacionam com os trabalhos de Guignard

‘Paisagem de Itanhaém’ – Aldo Bonadei, 1943. Crédito da imagem: Romulo Fialdini

Para aprofundar o conhecimento na produção de Alberto da Veiga Guignard, em exposição na Grande Sala, e, ao mesmo tempo, expor obras do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, localizado no Parque Ibirapuera, o curador Felipe Chaimovich selecionou trabalhos de variados suportes da coleção do MAM para Paisagem Opaca. Exibida na Sala Paulo Figueiredo até 11 de setembro, a mostra conta com trabalhos que retratam paisagens em primeiro plano e com supressão da perspectiva para melhor relacionar com a produção do homenageado.

Dentre as mais de cinco mil obras da coleção do museu, o curador optou por 26 trabalhos – em variados suportes e de 24 artistas diferentes – que revelam a subjetividade de cada artista na construção da própria visão de mundo como, por exemplo, as telas de Tarsila do Amaral e José Pancetti, as fotografias de Geraldo de Barros e Araquém Alcântara, e uma pintura e uma litogravura de José Leonilson.

“Para romper com o ilusionismo da paisagem, vários artistas abandonaram as construções em perspectiva e as imagens fotográficas com profundidade visual para explorarem imagens planas”, explica o curador. “Em vez de janelas, aproximam-se dos mapas, evidenciando a artificialidade das próprias obras. Nesse sentido, os lugares são figurados em primeiro plano, não havendo uma fuga do olhar para o horizonte ao longe: a visão passeia apenas pela superfície opaca, ” completa Felipe.

Essa sensação de elementos chapados na tela pode ser exemplificada nas pinturas Estrelas azuis (Para sol), de 2008, de Sandra Cinto, que utiliza acrílica e caneta sobre aglomerado, e em Paisagem sobreposta (2011), de Leda Catunda, feita com tinta spray sobre lona fixa em madeira, que fazem total supressão e não dão janela para perspectivas. Assim como o óleo sobre tela abstrato New York (1970), do japonês Manabu Mabe.

Outro destaque é o vídeo em loop Minhocão (2006), de Lia Chaia, em que a artista retira da boca imagens de edifícios entorno do Elevado Presidente Costa e Silva, conhecido apenas como Minhocão, uma via expressa elevada que liga as regiões central e oeste da cidade de São Paulo. Para aumentar a sensação de horizonte, a instalação Máquina Curatorial (2009), do argentino Nicolás Gaugnini – que possui quatro engrenagens com eixos de metal que sustentam quatro painéis de madeira cada -, em que cada painel exibe, repetidamente, a impressão em carimbo Paisagem (2002), de Mabe Bethônico, o que dá a ideia de visualidade ampliada.

Ainda fazem parte da exibição objetos como Planos de viagem (1998), de Albano Afonso, que são páginas perfuradas de livro sobre um fundo de espelho; a instalação O Rio (2006), de Artur Lescher, que são dois rolos de papel para impressão que se espalham pelo chão; e a escultura Maquete de uma cidade cúbica (da série: Cidades Imaginárias), de Montez Magno, espécie de tabuleiro de xadrez com dados de diferentes dimensões, esta obra foi doada para o MAM durante a última SP-Arte.

Paisagem Opaca

Curadoria: Felipe Chaimovich
Local: Sala Paulo Figueiredo
Visitação: até 11 de setembro
Entrada: R$ 6,00 (gratuita aos domingos)

Alberto da Veiga Guignard

Curadoria: Paulo Sergio Duarte
Local: Grande Sala
Abertura: 7 de julho (terça-feira), a partir das 20h
Visitação: até 11 de setembro
Entrada: R$ 6,00 (gratuita aos domingos)

Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3)
Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
Tel.: (11) 5085-1300

Posts relacionados

E se a aranha…

MAM completa 70 anos com exposição comemorativa

34º Panorama da Arte Brasileira do MAM é prorrogado até 10 de fevereiro