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Projeto Parede do MAM apresenta obra de Luísa Nóbrega

por Regiane Tosatti
Divulgação MAM

Divulgação MAM

Para a segunda fase do Projeto Parede do segundo semestre de 2015, o MAM, convidou Luísa Nóbrega para ocupar o corredor de acesso entre o saguão de entrada e a Grande Sala com a obra Dias Úteis, que pode ser vista até 18 de dezembro. A proposta da artista paulistana consiste em uma instalação sonora que reverbera áudios gravados em viagens realizadas durante uma semana pelas cinco linhas do metrô de São Paulo e apresentadas por meio de cinco caixas de som instaladas ao longo do corredor. A instalação utiliza camadas sobrepostas dos registros em áudio para lançar perguntas sobre noções de registro e memória, já que o trabalho privilegia a audição em detrimento da visão, e discute as trajetórias cruzadas de pessoas que se encontram e se esbarram todos os dias, mas ao mesmo tempo são invisíveis.

Em cada um dos dias da semana, a artista entrou na extremidade de uma linha e permaneceu, ininterruptamente, durante todo o período de funcionamento, das 4h40 às 00h30, até descer na outra ponta do trajeto. Com um gravador analógico em mãos, Luísa percorreu, de segunda a sexta-feira, os itinerários paulistanos do metrô para registrar barulhos, vozes e conversas do interior dos vagões. Os trajetos completos foram percorridos seguindo a ordem numérica, iniciando na segunda-feira com a linha 1-Azul e encerrando na linha 5-Lilás, na sexta-feira. Ao final, contabilizam-se cinco registros em áudio com cerca de 20 horas de duração cada, que correspondem a cada dia de trajeto. Os registros em fita cassete são digitalizados pela própria artista, sem edição posterior, mantendo, inclusive, os intervalos de silêncio entre as trocas de fitas com objetivo de enfatizar o registro contínuo.

Para a exposição de Dias Úteis, são exibidas cinco caixas de som ao longo do corredor, que repercutem as trajetórias dos cinco dias se sobrepondo em camadas dificilmente distinguíveis. A ação não teve nenhum outro tipo de registro, além do áudio. As caixas de som começam a soar, impreterivelmente, às 4h30 e são desligadas à meia-noite, obedecendo o horário de funcionamento do metrô, e não o do próprio museu, mesmo nos períodos em que este encontra-se fechado.

Bio – Luísa Nóbrega é uma artista paulistana de 31 anos, que apresenta um trabalho que se desenrola na zona fronteiriça entre a literatura e as artes visuais. Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo, Luísa decidiu não ter moradia fixa e dividir o tempo entre residências artísticas e casas de amigos em diferentes lugares do Brasil e do mundo. Nos últimos anos realizou as residências R.A.T., Cidade do México, México; Museum of History of the Polish Jews, em Varsóvia, Polônia; SIM Residency, em Reykjavík, Islândia; Nida Art Colony, em Neringa, Lituânia; Acoss, em Yerevan, Armênia; projeto Vetor, em Bagé, RS, organizado pelo Atelier Subterrânea.

Entre as exposições, estão as individuais A causa de não sermos consumidos, no Espaço Cultural BNB, Fortaleza; e What if my voice was a machine, do evento Turborealism, breaking ground, na Ucrânia. Nas coletivas O que caminha ao lado, Sesc Vila Mariana, SP; Coisas sem nome, Instituto Tomie Othake, SP; Água mole em pedra dura, Bienal do Barro, PE; Primeiro estudo: sobre o amor, RJ; Here Now, na sede da Association for Icelandic Art, Islândia; Vetor, no Atelier Subterrânea, RS; City as Process, projeto paralelo da Bienal lndustrial Ural, na Rússia.
Projeto Parede – Dias Úteis
Artista: Luísa Nóbrega
Local: corredor de acesso entre o saguão de entrada e a Grande Sala
Abertura: 3 de outubro
Visitação: até 18 de dezembro
Entrada gratuita

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