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Praticando civilidade até ao estacionar

por Michel Friedhofer

Desde o final de Junho, os frequentadores do Parque Ibirapuera ganharam acesso a mais 740 vagas gratuitas para automóveis no estacionamento da Assembleia Legislativa. Esse presente é uma excelente oportunidade para lembrarmos que até na hora de estacionar o carro é possível demonstrar cuidado com o próximo. O respeito mútuo é o pilar central da iniciativa Um Convite à Civilidade, que apresenta a mudança de comportamento como ferramenta de combate à corrupção.

O primeiro conceito que temos a chance de repensar é na hora de escolher a vaga. Em alguns lugares do mundo, o que se observa é que as pessoas que chegam mais cedo ao estacionamento param seus carros nas vagas mais distantes, ao invés de parar nas mais próximas. Qual é a razão? Trata-se de uma manifestação silenciosa de civilidade: os próprios usuários “deixam de presente” as melhores vagas para aqueles que possivelmente chegarão em cima da hora para algum compromisso. A lógica é: se você chegou antes, provavelmente tem mais tempo para percorrer uma distância maior no estacionamento. É uma gentileza anônima e que, sem muito esforço, contribui para uma convivência mais inclusiva e colaborativa. Simples, não?

Um segundo ponto a considerar é o cuidado na hora de ocupar a vaga escolhida. Em geral, as vagas em um estacionamento são demarcadas. Procurar manter-se centralizado dentro das linhas demarcadas organiza a utilização do espaço coletivo e mantem o bom funcionamento da área. A sugestão é que você confira se fez um bom trabalho para posicionar o veículo; se não fez, use um minutinho a mais e corrija a posição! É o que você gostaria que as outras pessoas fizessem, não é? O princípio é o mesmo.

"Obrigada a voce que para em 2 vagas. Obrigada a voce que da dinheiro pra flanelinha guardar seu carro."

foto: Stephanie Blum

Essa consideração na hora de posicionar o carro serve também para estacionamento nas ruas. Não é raro vermos carros estacionados que pareceram alinhar-se pelos outros carros, ao invés de se balizar pelas estruturas fixas. Lembre-se: os outros carros podem ter sido mal posicionados, e alinhando-se a eles você só estará copiando (e talvez aumentando) o erro! Um exemplo clássico é o veículo que, ao estacionar, deixa o espaço de meia vaga entre sua traseira e a entrada da garagem de algum edifício. Basta outro erro similar mais à frente para que, por descuido, eliminemos uma vaga inteira de estacionamento das ruas.

Por fim, não custa lembrar que estacionar em vaga reservada para fins especiais se você não tem direito a ela é profundamente incompatível com a civilidade. Vagas reservadas (para pessoas com deficiência, para idosos ou para veículos de emergência) existem por motivos muito claros, e é nosso dever como cidadãos preservá-las livres para quem tem direito a elas. Se você vir um motorista prestes a estacionar erroneamente em uma dessas vagas, não deixe de avisá-lo: afinal, talvez ele não tenha reparado na sinalização. Fazendo isso você estará ajudando tanto esse motorista (ao poupá-lo de uma multa ou outra retaliação) quanto quem tem direito àquela vaga, mantendo-a livre. Será, novamente, um exercício de civilidade.

Dê ao Brasil que você quer o cidadão que ele merece. Saiba mais em facebook.com/convitecivilidade.

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