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PASSARINHANDO NO IBIRA: UMA RETROSPECTIVA

por Pedro Cristales

O birdwatching, ou observação de aves, como é conhecida no Brasil, é uma atividade muito comum em alguns países da Europa e na América do Norte. Só nos Estados Unidos são mais de 50 milhões de pessoas envolvidas, o que torna essa atividade altamente rentável.

Muitos estrangeiros têm procurado o Brasil para “passarinhar”. Pantanal, Amazônia e remanescentes da Mata Atlântica são alguns dos locais de destaque. Em nosso país, o número de adeptos vêm aumentando ao longo do tempo e, hoje, há diversos roteiros que incluem fazendas, pousadas, trilhas e parques.

O interesse por essas atividade justifica-se, uma vez que o Brasil ocupa o segundo lugar em relação à riqueza de aves do mundo, somente atrás da Colômbia. São 1919 espécies, segundo o último relatório publicado em 2015 pelo Comitê Brasileiro de Estudos Ornitológicos.

Só na cidade de São Paulo são mais de 450 espécies registradas em áreas de proteção, parques e reservas. Essas áreas verdes são de suma importância para a manutenção e sobrevivência das espécies de aves e outros animais silvestres.

Sabendo disso, e com o objetivo de fomentar a conservação, o Parque Ibirapuera Conservação (PIC) criou um programa mensal de avistagem de aves. Em 2017, foram registradas mais de 50 espécies. Dentre elas, a alma-de-gato, o gavião-miúdo, o martim-pescador-verde, a curicaca, a lavadeira-mascarada, o papagaio-verdadeiro e o pica-pau-de-cabeça-amarela.

Sabiá-laranjeira leucístico avistado no Parque Ibirapuera. Foto: Pedro Cristales El.

Maracanã-nobre avistado durante uma das caminhadas do PIC. Foto: Pedro Cristales El.

Lavadeira-mascarada avistada no Parque Ibirapuera. Foto: Pedro Cristales El.

Curicaca fotografada durante uma caminhada para a observação de aves do PIC. Foto: Pedro Cristales El.

Ao longo do passeio, informações a respeito da biologia, ecologia e conservação das aves são oferecidas ao público e, ao final, é realizado um piquenique colaborativo para trocas de informações, fotos e reconhecimento dos principais guias e livros a respeito do assunto. É importante destacar que todos os participantes recebem, posteriormente, fotos do passeio, links de páginas especializadas, dicas de aplicativos e, também, uma lista das espécies avistadas.

Um dos grupos da caminhada para a observação de aves do PIC em 2017. Foto: Diego Cristales.

Até o presente momento, houve participação dos mais diversos tipos de público, desde crianças até idosos, de profissionais da área até fotógrafos, sendo que muitos já retornaram diversas vezes. Houve também atendimentos voltados para grupos escolares, quando, além da caminhada para observar as aves, foram preparadas atividades especiais, como pintura e confecção de animais utilizando massa de modelar.

Atividades de observação durante a visita do Colégio São Domingos.

 

Piquenique e recreação durante a visita do Colégio São Domingos.

A proposta do PIC com a caminhada para observação de aves foi criar uma atividade contemplativa para relaxamento do corpo e da mente, proporcionar ao público um contato mais íntimo com a natureza, mostrar a importância da conservação dos fragmentos verdes para a manutenção das espécies, alterar o olhar dos visitantes em relação ao parque e mostrar que a observação de aves pode se tornar um excelente hobby, cujo objetivo é registrar o maior número de espécies possível. Pessoalmente, é como voltar a ser criança e sentir aquela emoção de, aos poucos, ir completando um álbum de figurinhas.

Esperamos vocês em nossas caminhadas de 2018!

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