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Sorria! Não, não sorria, pois o segurança falou para guardar a máquina…

por Redação
A política da administração do Parque Ibirapuera no que diz respeito às normas para se fotografar no parque tem feito muitos estragos. É incontável o número de pessoas impedidas de fotografar, ainda que o fizessem simplesmente por hobby e dileto pessoal. O aspecto da máquina se tornou um alvo por parte da segurança e toda e qualquer máquina que se assemelhe mesmo de longe a um aparelho profissional provoca a proibição, qualquer argumento que seja usado pelo pobre coitado do usuário.

Essa política beira o ridículo, já que máquinas semiprofissionais e mesmo profissionais tornaram-se de uso bastante comum e isso não significa absolutamente que os seus donos farão uso comercial das fotos – ao mesmo tempo que nada impede que se use uma foto tirada com um inocente celular para algum folheto publicitário…

Por isso, publicamos abaixo outra carta que nos chegou recentemente e que ilustra bem o problema. Desta vez, do estudante paulistano Alex Satsukawa, que agradecemos desde já.

Filhote de falcão de coleira (Falco femoralis) no Parque Ibirapuera. Foto: Alex Satsukawa.

 

Olá, meu nome é Alex Satsukawa e fotografo aves como hobby. Vi uma das últimas notícias sobre a confusão de fotografar no parque e resolvi escrever.

No ano passado, eu ia quase todos os dias para fotografar aves e em quase todos estes dias eu era barrado pela segurança, falando que não poderia fotografar sem autorização. Os seguranças eram sempre educados e eu sempre explicava que era hobby, que o tamanho da câmera não é referência de profissionalismo. No final, sempre falavam que era norma do parque.
Até que um dos dias resolvi ir à administração para conversar ou até mesmo perguntar se havia uma autorização permanente emitida por eles.

Acabei levando uma hora para achar a administração e assinar um documento: uma tal de autorização diária. Chegando lá, perguntei à segurança se havia alguém da administração. Ela me perguntou o motivo e falei que era para fotos de natureza. Falou que não adiantava, que precisaria assinar a autorização diariamente, que essa pessoa iria dizer a mim a mesma coisa e que eu só estaria incomodando a funcionária. Mesmo assim, insisti em falar com alguém da administração. Até que chamaram uma pessoa e falei educadamente, explicando tudo novamente.

Ela me disse que era norma interna, que a própria prefeitura exige a assinatura da autorização diária. Se não bastasse, falou de um jeito sarcástico, zombando e mostrando a autorização interna: “Então, esta autorização não serve para nada, certo?”.

No final, acabei não indo mais ao parque, pois todos os dias teria que ir até o local assinar a autorização (do outro lado do parque) e a administração só abre às 7 hs. Detalhe: os pássaros já estão ativos antes deste horário e o falcão que eu estava monitorando somente alimentava os filhotes antes das 7. (Portanto, sem a assinatura diária, era proibido tirar foto antes das 7 e eu não poderia registrar o falcão).

Att,

Alex Satsukawa.”

Falcão de coleira (Falco femoralis) alimentando o filhote. Imagem registrada às 6:40 hs, quando a administração do Parque Ibirapuera ainda está fechada. Foto: Alex Satsukawa.

A julgar pelas duas belíssimas fotografias do Alex reproduzidas acima, estamos perdendo muito com o fato que ele não venha mais ao Parque Ibirapuera…

(E-mail recebido em 28/4/2018.)

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