Você se importa com a gestão do Parque Ibirapuera?

A prefeitura precisa perder o medo de ser transparênte nas contas do parque

Transparência leva a eficiência: setor público deve sempre buscar fazer mais com menos

Em conversa com Thobias Furtado, co-fundador do Ibira Conservação e integrante do Conselho Gestor do Parque Ibirapuera, percebemos que o silêncio e a governança da Secretaria do Verde (administração do Pq. Ibirapuera) preocupam quem tem contato com ela.

“Já passaram 30 e poucas semanas desde as manifestações do ano passado. Quanto mais teremos que esperar para ver a Secretaria do Verde mostrar o quanto gasta com custeio e quanto com investimento em parques de São Paulo? No Ibirapuera não nos mostram nada.”

“Sim, pode publicar no site. Acredito que temos o dever de pedir por transparência ao município quando vemos que falta transparência. Tanto o povo, como a maioria absoluta dos servidores público querem governança, muitos não sabem como mudar isto, mas se ficarmos calados quando o assunto é falta de transparência, nós que estamos de fora iremos prejudicar o trabalho de quem é bom lá dentro e quer melhor servir ao país.”

Há quase 4 anos no conselho gestor, Thobias já foi secretário da conselho e não se cansa de pedir a administração do parque por transparência e um relatório mensal de gestão para que os conselheiros possam trabalhar como pede a lei da co-gestão dos parques.

A administração (do Parque Ibirapuera) não apresenta um plano ou nada próximo a um balanço orçamentario ao conselho. Tampouco prestas contas como deveria nas reuniões ordinárias porque não temos relatório mensal pré reunião. Fico envergonhado. Pedimos e pedimos, mas a administração não faz. Que cidadão que quer uma administração assim???

Sem a prestação de contas pela administração ao conselho e sociedade, tudo parece um faz de conta. Não mostram e tampouco devem ter organizados os contratos de segurança, manejo, restaurantes, bicicleta ou acordos de serviços com outras secretarias. Não há definição de quais são os projetos estruturais do parque, ou seja, o que a administração planeja fazer, como e quando. Não temos acesso a pesquisa de satisfação, indicadores de segurança como furtos de carros e bikes. Se não temos prestação de contas, como fiscalizar? Não temos nem mesmo um planejamento anual de eventos consistente. A administração vem fazendo o quer com o parque. Sem dados, transparência e responsabilidade não temos no conselho a co-gestão que manda a lei, isto não pode continuar assim.

Quando o assunto é receita para a criação de novos parques, Thobias acredita que o caminho é copiar o que há de melhor mundo afora, quando defende que é preciso aumentar a contribuição quase inexistente de receita com concessões e doações para sobrar recursos para o município investir em novos parques. 

“Claro que o custeio dos parques seguirá dependente das autoridades locais, mas há um tremendo espaço para suplementarmos o orçamento com fundos privados, suporte da comunidade e do setor de voluntariado, assim como elevar a geração da receita com captação de recursos e patrocínio. Estamos cansado de escutar que tudo é difícil e que o governo não tem dinheiro para novos parques. Temos como fazer o recurso aparecer, mas o Verde (SVMA) precisa trabalhar onde importa.”

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