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Três pontos curiosos do Parque Ibirapuera

por Aldo Cruz

Desde Maio de 2015, conduzo passeios guiados no Parque Ibirapuera, para apresentar aspectos históricos, turísticos e curiosidades sobre nosso parque aos visitantes inscritos no programa. Em 2 horas, percorremos 3 quilômetros e, nesses 2 anos, mais de 200 pessoas tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre esse nosso precioso patrimônio. Geralmente, 80% do grupo é formado por moradores da cidade e os 20% restantes estão divididos entre pessoas de outras cidades do Brasil e estrangeiros. Apesar de a maioria viver na cidade, sempre escuto comentários do tipo: “nossa, eu frequento o parque há tanto tempo e nunca soube de tal fato ou nunca havia reparado em tal coisa”. Isso me deixa muito satisfeito, porque sinto que estou cumprindo a tarefa de disseminar informação e tornar o Parque Ibirapuera mais conhecido e divulgado.

Já tive oportunidade de falar em artigo anterior sobre a Rua do Arigatô, que é um ponto pouco conhecido. Neste artigo, falarei de outros 3 pontos curiosos encontrados no parque.

Leia sobre a Rua do Arigatô no link abaixo:

Um pedaço do Japão no Parque Ibirapuera

O banco do Central Park de Nova Iorque

Você já esteve no Central Park de Nova Iorque? Se nunca esteve, poderá pelo menos conhecer um banco desse famoso parque. Em 2011, a cidade de São Paulo sediou o C40, evento internacional que reuniu prefeitos de 40 cidades de todo o mundo, para discutir projetos ligados ao meio ambiente. A organização era presidida por Michael Bloomberg, prefeito de Nova York à época. O Sr. Bloomberg visitou e gostou muito do parque. Ccomo forma de agradecimento, presenteou o Parque Ibirapuera com um banco do famoso parque de Nova Iorque. Ele se encontra na Rua do Leão, do lado oposto à sede da administração do parque, e é facilmente reconhecido, pois, ao contrário dos demais bancos, não tem apoios para o braços. Então, na sua próxima visita, você poderá tirar uma fotografia e dizer a seus amigos que já sentou em um banco do Central Park!

Foto: Aldo Nascimento Cruz

A pedra fundamental do Parque Ibirapuera

O projeto do parque é dos arquitetos Oscar Niemeyer, Ulhôa Cavalcanti, Zenon Lotufo, Eduardo Kneese de Mello, Ícaro de Castro Mello e do paisagista Augusto Teixeira Mendes, e foi inaugurado em 21 de agosto de 1954. A pedra fundamental do Parque, que simboliza o momento inicial de sua construção, encontra-se no gramado localizado ao lado do Auditório Ibirapuera, que dá face para a Av. Pedro Álvares Cabral. Nela está escrito: “Neste Parque Ibirapuera, estabeleceu a Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, no ano do Senhor de 1954, a exposição e a feira internacional comemorativas do ano 400 da fundação da metrópole paulistana”.

Foto: Aldo Nascimento Cruz

A lápide do cachorro Pinguim

Recentemente, lendo a biografia da cantora e compositora Rita Lee Jones, que passou grande parte de sua infância e juventude no bairro da Vila Mariana, perto da área onde seria erguido o Parque Ibirapuera, separei o seguinte trecho, onde ela fala sobre aquele espaço de floresta:

Antes de virar parque, a floresta do Ibirapuera era o lugar preferido para os piqueniques dos Jones, domingo sim, domingo não. Socadas no Jeep com Charles pilotando, as seis mulheres equilibravam cestas de comidas e ferramentas de jardinagem. Estacionávamos em frente ao Instituto Biológico e de lá seguíamos a pé dois quarteirões até a entrada da floresta. A imensidão do lugar nos convidava a abrir pequenas clareiras em pontos diferentes, onde montávamos um pequeno acampamento …………… A família Buscapé plantava milho, cana, melancia, café, banana, verdura, legumes. Podia-se dizer que vários cantinhos do Ibirapuera viraram uma feirinha para chamar de nossa” (Rita Lee, Uma Autobiografia, págs. 38 e 39, Globo Livro, 1ª. Edição, 2016).

Pois se a família da Rita Lee usava a área do futuro parque para piqueniques e para plantar uma pequena horta, outros moradores da cidade a usavam para enterrar seus entes queridos de quatro patas. Na área da pista de Cooper, atrás da lanchonete, encontramos a lápide do cachorro Pinguim, que ali foi sepultado há quase 71 anos! Nela, pode-se ler:

Ao nosso fiel amigo

PINGUIM

* 06/03/37

+ 05/06/46

Eternas saudades de seus donos

Nina e Nice

Foto: Aldo Nascimento Cruz

Esses são apenas três pontos curiosos do Parque, mas participando de uma de nossas caminhadas guiadas você poderá aprender muito mais.

  • A fotografia no índice da Revista é de Emerson R. Zamprogno.

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