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Salvando vidas no parque

por Michel Friedhofer

Estar preparado para socorrer alguem que está passando mal é um ato de civilidade. Veja as dicas.

Com a grande concentração de pessoas e a prática de esportes, é natural que ocorram no Parque Ibirapuera situações que exigem atendimento médico, seja um simples desmaio ou até episódios mais graves como infartos e fraturas.

Um público instruído e civilizado deve saber lidar com esses casos, e por esse motivo a iniciativa Um Convite à Civilidade traz algumas informações importantes que podem fazer a diferença em um momento crítico. Afinal, saber como agir pode acabar salvando vidas no parque!

Civilidade salva vidas!

Foto: Vanderlei Marcolino/www.jtribunapopular.com.br

O primeiro passo é manter a calma e procurar algum médico próximo. Deixar a timidez de lado e gritar “tem algum médico por aqui?” pode resolver uma boa parte do problema! O parque raramente está vazio, e é bastante provável que haja um profissional da área de saúde próximo do local da ocorrência; médicos, enfermeiros e socorristas têm treinamento e experiência para lidar com esses casos. Coloque a vergonha de lado e grite pedindo ajuda.

Simultaneamente, é fundamental acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pelo telefone 192. Segundo o Dr. William Reimberg, médico do GRAU (Grupo de Atendimento e Resgate a Urgências), na cidade de São Paulo o SAMU atende casos clínicos e o Corpo de Bombeiros cuida de traumas, conforme acordo estabelecido entre estes órgãos. Como não se espera que o público em geral saiba diferenciar a natureza e urgência desses episódios, a recomendação é que o SAMU sempre seja acionado.

Quando há suspeita de trauma é importante não movimentar a vítima, e impedir que ela própria prejudique-se mais. Especial atenção merecem os casos com suspeita de lesão no pescoço e coluna. A vítima deve permanecer deitada até que os profissionais possam atendê-la. Cabe a nós, público não-especializado, garantir que o problema não piore! Conforme explica o Dr. Noel Oizerovici Foni, ortopedista e traumatologista do Hospital das Clínicas, até mesmo a tentativa de “colocar no lugar” alguma articulação luxada pode agravar o problema: “Com a técnica errada, um caso simples pode acabar se transformando em um caso cirúrgico“, diz o Dr. Foni.

Na tentativa destreinada de ajudar, algumas pessoas podem querer acalmar o acidentado com o tradicional copo d’água. Não se deve dar nada à vítima até que uma avaliação tenha sido feita por um profissional. Nós, leigos, não sabemos o tamanho da emergência que estamos presenciando — e em caso de cirurgia, ter ingerido qualquer coisa pode resultar em uma complicação durante a operação.

Por fim, é importante facilitar o acesso à vítima. Uma maneira eficaz de impedir que as pessoas aglomerem-se ao redor dela é pedir que formem um corredor entre a vítima e a via por onde chegará a ambulância. Delegar tarefas aos curiosos é um modo simples de tornar útil a sua presença no local, e facilita a localização da vítima pela equipe de atendimento.

Estar preparado para prestar ajuda é uma questão de civilidade. Além disso, omissão de socorro é crime conforme o Art. 135 do Código Penal. Algumas atitudes simples (gritar para chamar a atenção de um médico, acionar o SAMU, impedir que o problema piore e facilitar a localização da vítima) estão ao alcance de todos nós e podem salvar a vida de uma pessoa.

“Topa viver de um jeito mais civilizado? Então tá convidado!”
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