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As praças do Parque Ibirapuera

por Aldo Cruz

Quem não conhece alguma cidade pequena do interior que não tenha uma famosa “praça do centro”, aquela típica praça com igreja, fonte, farmácia e coreto? Essas praças cumprem a importante função de centro de convivência e, muitas vezes, são o ponto de referência das cidades.

No Parque Ibirapuera, não é diferente. Temos algumas praças que também cumprem essa função. Neste artigo, vamos falar sobre três praças, com nomes de bicho, que temos no parque. A primeira delas é a Praça do Porquinho ou, simplesmente, “o porquinho”.

A Praça do Porquinho

Entrando no Parque pelo portão 6, localizado na Avenida Quarto Centenário, é só andar uns 300 metros que já nos encontramos na Praça do Porquinho. Ela se encontra no extremo da rua das quadras, perto da entrada da pista de cooper, e tem esse nome por um motivo óbvio.

Ricardo Cipicchia, Porco ensebado, escultura em bronze, cerca de 1952. Foto: Aldo Nascimento Cruz

Em meio à grama, a escultura feita por Ricardo Cipicchia, nos anos 1950, mostra dois meninos caçando um porco. Batizada de Porco ensebado, ela ilustra uma brincadeira onde crianças tentam pegar um porquinho besuntado com sebo, no mesmo espírito da brincadeira do pau de sebo, muito comum nos festejos juninos.

O artista italiano nasceu em 1885 e chegou a São Paulo, de onde não saiu mais, com seus pais, aos dois anos de idade. A obra é inspirada em uma brincadeira comum da sua infância, vivida no tradicional bairro do Brás. Além do Porco ensebado, podemos encontrar em São Paulo outras obras do artista, tendo destaque O engraxate e o jornaleiro, também dos anos 50, que encontra-se na Praça João Mendes

A Praça do Porquinho é um local onde as pessoas costumam tomar sol, encontrar os amigos e, além de ponto de encontro, também é usada para prática de ioga. Aos sábados, entre 8:30 e 10:00 horas, um grupo de interessados se reúne nela para uma sessão da disciplina. A aula é gratuita e basta chegar com sua esteira e juntar-se ao grupo.

A Praça do Leão

Essa outra praça, também com nome de bicho – e pelo mesmo motivo -, fica no extremo oposto da Praça do Porquinho, no final da rua das quadras, em frente ao edifício sede da Administração do Parque.

O leão representado na estátua é uma réplica da estátua Lion rugissant (leão rugindo) do escultor francês Prosper Lecourtier. O escultor nasceu em 1851, na cidade de Grémilly, França, e ficou conhecido sobretudo por suas esculturas representando animais, no estilo naturalista. Entre suas obras mais conhecidas, destacam-se o Elefante, que fica na entrada do Museu D’Orsay, em Paris, e a Estátua equestre de Joana D’Arc, que se encontra na Praça das Pirâmides, ao lado do Museu do Louvre, também em Paris.

Prosper Lecourtier, Leão rugindo. Foto: Aldo Nascimento Cruz

A réplica da estátua foi adquirida durante a gestão do prefeito Raymundo Duprat (1911 – 1914) e ficava em frente da Prefeitura de SP. Naquela época, a Prefeitura tinha sua sede no Vale do Anhangabaú, em um dos palacetes construídos pelo Conde Prates, do lado oposto ao Teatro Municipal, curiosamente o endereço originalmente idealizado para a instalação da peça, o que nunca aconteceu.

Em 1922, foi retirada da sede da Prefeitura e instalada no Parque Dom Pedro II, onde decorou um de seus jardins. No final dos anos 1960, quando o Parque Dom Pedro II foi reformado e transformado em um grande estacionamento de ônibus, o Leão rugindo veio para o Parque Ibirapuera, onde se encontra atualmente, fazendo a festa das crianças e dos adultos, que sentam em seu lombo para intermináveis e alegres seções de fotos.

A Praça das Cobras

A praça é dominada por uma réplica da famosa escultura Laocoonte e seus filhos, que representa o sacerdote troiano Laocoonte tentando salvar seus filhos de duas serpentes marinhas. O original dessa grande estátua remonta ao século I a.C. e foi descoberto em Roma, durante escavações realizadas em 1506, nas proximidades da Domus Aurea, outrora residência de Nero. O autor romano Plínio atribui a estátua a três escultores da ilha de Rhodes: Agesandro, Atenodoro e Polidoro. A obra original se encontra no Museu do Vaticano e, além da que se encontra no Parque Ibirapuera, há réplicas no Palácio dos Grãos Mestres, em Rhodes (Grécia), no Museu dos Ofícios, em Florença (Itália), no Edifício da Assembleia Nacional, em Paris, e outras espalhadas pelo mundo.

Foto: Aldo Nascimento Cruz

 

Qual é a história por trás dessa escultura? Depois de anos de guerra, os gregos tiveram o plano astuto de esconder suas tropas num enorme cavalo de madeira do lado de fora da cidade de Troia, e Sinon, um espião grego, convenceu os troianos de que o cavalo tinha poderes mágicos. Entretanto, o desconfiado sacerdote troiano Laocoonte tentou tudo que pôde para convencer seus concidadãos a queimarem o cavalo. Subitamente, ele foi acometido de cegueira, enquanto continuava tentando persuadir seus irmãos. Então, um dos deuses gregos (de acordo com diferentes versões da história, a divindade poderia ser Atena, Apolo ou Poseidon) convocou serpentes marinhas mortais para devorar Laocoonte e seus dois filhos.” (Win Van Aalst in www.epochtimes.com.br)

A Praça das Cobras, ou Praça de Laocoonte, fica localizada em frente ao Lago da Fonte. Também é um ponto de referência no parque e cenário de muitas fotografias.

Para saber mais sobre o Laocoonte e seus filhos do Parque Ibirapuera veja:

Ramificações da mitologia grega e do Renascimento no Ibirapuera

Se você quiser saber mais sobre as praças, sobre as esculturas que as embelezam, bem como outras histórias e curiosidades sobre o Parque Ibirapuera, inscreva-se para participar em um dos nossos passeios guiados “Conhecendo o Ibirapuera”, que acontecem dois sábados por mês. Eles são anunciados na nossa página Facebook.

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